sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Toledo e mais Toledo

Toledo é uma cidade espanhola bem bacana, que fica na província de mesmo nome, em Castilla-La Mancha. Suas tradições remontam aos tempos dos mouros, quando foi capital. Aliás, deixou de ser no fim do Século XVI, quando Madri passou a ser. Pode ser que estas informações estejam erradas, até porque estou sem internet enquanto escrevo e acabo tendo que puxar pela memória, que cá entre nós tem falhado bastante.
O fato é que, para quem não conhece, a descrição acima dá uma ideia do estilo desta cidade que fica a cerca de 40 minutos de trem da capital espanhola. História e beleza criada pelo homem em meio a uma paisagem natural deslumbrante. Nos meus sonhos de menino é o que eu realmente chamaria de Espanha.
Neste belo lugar estive em 2007, e fica claro aqui o quanto me encantou. Mas como o destino é um grande fanfarrão, uma semana depois de voltar da Espanha, e que não me ouçam os catalães (sim, eles preferem ser apenas catalães), pois eu estava em Barcelona, me toca cair novamente em Toledo, mas desta vez no Paraná, caminho de Foz do Iguaçu.
Não, novamente Toledo não é o destino, mas uma parada, e desta vez não vou negar que com muito menos brilho que o da homônima da “Terra de Cervantes”. De qualquer maneira não me resta dúvida que a surpresa foi positiva ao ver o hotel depois de uma noite mal dormida e cheia de perturbações que em nada tiveram a ver com a estrada, por sinal muito boa.
Chegar às 8h00 e dormir, quem me conhece sabe que é inviável, portanto o jeito foi ligar o computador e tentar produzir alguma coisa, ainda que com o ritmo bastante abaixo do mínimo aceitável para quem quer trabalhar com alguma qualidade. Fiquei até com dó da Deise, que teve que falar comigo pela manhã e encontrou um sujeito pouco simpático ao outro lado da linha.
O lado positivo é escrever o release de hoje e o post do blog sob a sombra de uma árvore, cujo tipo, raça, nome, sei lá o que, desconheço completamente, mas causa bastante prazer aos olhos, assim como toda a parte externa do hotel, muito bem cuidada e com uma grama que mais parece um carpete verde, na qual aproveito para sujar minha calça neste momento.
Isso, sim, é legal. Buscar coisas positivas em meio a conflitos pessoais, insônia, fim de semana de trabalho e todas as angústias, sejam elas pequenas ou grandes, mas que fazem parte de nossas vidas. Se a Toledo do Paraná é bacana? Não sei e provavelmente não vou saber, mas aqui eu me sentei à grama e não me preocupei com as inúmeras formigas que tenho que tirar das minhas pernas, mas apreciei as árvores, flores e pássaros que são seus, e nenhuma outra Toledo em todo o mundo poderá ter. Nem aquela milenar....
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Caindo pela esquerda
Assim como as pessoas, as cidades precisam de boa vontade dos olhos que a vêem para que deixem aparecer sua beleza e o que realmente são. E por que não dizer o mesmo de clubes de futebol?
Das outras vezes que estive em Barcelona, de uma forma ou de outra foi de passagem, ainda que permanecesse por alguns dias. Barça nunca havia sido meu destino, e de alguma maneira isto tira o foco da estada. Desta vez foi diferente. Apesar de ter coisas a fazer em Amsterdam antes e depois, o foco da viagem sempre foi a capital da Catalunha.
Outra coisa que mudou o panorama completamente foi a proximidade a pessoas que nasceram ou vivem aí há muitos anos e estão diretamente envolvidas com o FC Barcelona. Eu sempre me vi Merengue, apesar de os jogadores brasileiros que vi terem se destacado muito mais no Blaugrana que no Blanco. Vai entender, é gosto.
Acho que fica muito mais fácil explicar minha torcida pelo Madrid confessando aqui uma coisa que quem me conhece um pouco percebe nitidamente, e eu só aceitei realmente nos últimos dias. Eu sou de direita. Sim, eu sou um Tucano. Isto não me envergonha, mas nunca gostei de rótulos. De qualquer forma eu escrevo isto ouvindo Frank Sinatra no avião, voltando de Amsterdam para São Paulo, bebendo um vinho até que bom, e basta eu olhar na tela da TV desligada a minha frente que o meu reflexo na tela não me deixa dizer o contrário.
Bom, por já ter votado no Maluf, no Pitta, FHC, e tantos outros. Por ter torcido para o Jânio e usado sua vassourinha, e porque adorei quando “su majestad el Rey Juan Carlos” mandou o Chaves calar a boca (faltou ele responder: Tá bom, mas não se irrite...), tudo isso me credencia a torcer para o Real Madrid que, joder, é Real, quer mais direita que isso????
Mas desta vez eu tenho que admitir que flertei com o outro lado, e foi demais. E tem ainda um agravante que pode aumentar minha sentença à pena máxima. O ícone do lado de lá é um argentino. Aí está mais um motivo para eu não gostar de rótulos. Eu sinceramente acho que ele é um gênio e ainda tem pelo menos 10 anos jogando futebol em altíssimo nível. Não tenho dúvida de que em sua função é o maior em atividade e dificilmente haverá outro de mesmo nível enquanto ele estiver jogando, mas espera, não dá pra comparar o garoto ao Maradona e ao Pelé. Não tem a menor condição...
Claro que ele pode melhorar muito, e vai, o que já é suficiente para que ele esteja ali brigando entre os melhores. Mas será que as pessoas já se esqueceram do Pelé e do Maradona? Será que ninguém mais se lembra das jogadas estonteantes do nosso Rei do Futebol em espaço e tempo improváveis? Será que ninguém se lembra mais? Ele faria o Einstein repensar sua Teoria da Relatividade. Fazia o improvável e o impossível a qualquer outra pessoa.
E o Maradona? Joder, hombre! Força, habilidade, precisão. Ele era certeiro. E cá entre nós, fazia tudo isto com um estilo de vida que é problema seu, mas altamente discutível para um jogador de futebol. Imagina se ele só tomasse água e se alimentasse bem. Imagina esse homem dormindo bem por uma semana seguida.
Não dá. O Messi não é o Pelé e nem o Maradona, e nunca será. Mas será o Messi. Ele está entrando em um clube no qual qualquer discussão é pura bobagem. O futebol de hoje não comporta os dois grandes gênios do passado, cada qual com seu estilo único. O futebol moderno precisa de um Messi. Um jogador que saber ficar na média quando o time está bem, mas principalmente que sabe ser o melhor de todos quando o time está precisando. Foi isto que ele fez esta semana frente ao Arsenal. O menino marcou apenas 4 gols em um jogo de Champions League. E não foi batendo em galinha morta. Isso é o que se espera do melhor do mundo, que não se acovarde e resolva. Estilo cada um tem o seu...
Eu só acho que é necessário tomar muito cuidado para não cometer com o Messi o mesmo erro que já se cometeu com outros tantos grandes jogadores em todo o mundo, afinal de contas ele é um garoto de 22 anos. De qualquer maneira duvido que isso aconteça.
Só o que eu sei é que às vezes abrir a cabeça para o novo é importante e nós nos esquecemos constantemente disso, mesmo com relação a outros aspectos de nossas vidas. O que eu sei é que provei que o outro lado pode ser bem bacana, e no meu caso foi. Certamente refrescou minha alma e deixou um gosto muito forte de quero mais...
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Una semana después....
Bom, claro que esta semana foi uma loucura inacreditável e que eu não escrevi porque não conseguia nem respirar. Também conta o fato de que em um dia com muitas coisas legais e outras nem tanto, o negócio é escrever quando o espírito está leve, e nessa hora eu tenho preferido tomar uma cerveja...rs
A garotada do soccer camp chegou e segue uma programação show de bola, com treinos diários comandados por dois ícones da história do Barça. Um é o lateral De La Cruz, insubstituível em sua posição na década de 70 e que integrou durante um bom tempo a comissão técnica do clube catalão, chegando a dirigi-lo em uma oportunidade (http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_de_la_Cruz). O outro é Carles Rexach, Charlie, que fazia dupla com o Cruyff no clube e foi seu auxiliar técnico. Depois dirigiu o Azulgrana na temporada 2001/2002. Ele que estava no comando da equipe quando o Rivaldo marcou aquele golaço de bicicleta. Este vídeo tem uma homenagem bem bacana da TV3 (TV Català) http://www.youtube.com/watch?v=8DguQjZedS4, que merece ser vista.
Não preciso nem falar a aula de futebol que é cada comentário desses simpáticos sexagenários. Eles fazem as idéias e esquemas mais complicados parecerem a coisa mais trivial do mundo. E o melhor é que falam com você como se tivesse o mesmo nível deles. Então eu decidi: cara de conteúdo! Quando qualquer um deles ala comigo, e falam pra caramba, talvez assumindo que pelo fato de ser brasileiro eu entenda muito de futebol, eu presto atenção com cara de conteúdo, e quando eles menos esperam, eu faço uma pergunta que sempre me parece ridícula, mas que eles respondem com a maior naturalidade.
Acho que o melhor a se fazer é ter um pouco de humildade e tentar aproveitar o conhecimento deles até onde for possível. Mas o que me consola é ver que tem gente que deveria saber muito mais e também não sabe (que comentário egoísta e infeliz).
Bom, no domingo passado (28) eu assisti ao meu primeiro jogo válido por La Liga. Foi um 0 a 0 entre Espanyol e Racing. Até que o jogo não foi de todo ruim, mas você sempre espera ver gols. Se no empate magro a torcida faz uma baita festa, imagino como é quando saem na frente. Mas eu estou bastante confiante de que esta sensação eu vou conhecer neste sábado, quando vamos ao clássico independentista entre Barça e Athl Bilbao.
O mais legal é que quando você se envolve, e no nosso caso com muita gente do Barcelona, você passa por cima de algumas coisas. Por exemplo, eu sempre fui muito mais Merengue, mas não dá pra sair imune à atmosfera que envolve esta cidade. outra coisa praticamente inimaginável que eu fiz foi na hora de comprar a tradicional camisa de time para o Gi. Comprei a do Messi! Quando eu compraria uma camisa de argentino para o meu fiilho???
Seguindo a minha lavagem cerebral, que é promovida principalmente pelo De La Cruz, ou Tonio, ontem fomos ao treino do Barça. Sim, eles jogaram pela Champions na Inglaterra em um dia e no dia seguinte estavam treinando na Ciudad Deportiva. Claro que estas viagens sempre me fazem lembrar o velho e bom ônibus da Cristal, companheiro de tantas ocasiões, mas no caso deles eu acho que vieram embora de avião.
O mais legal foi ver a disposição dos jogadores para dar atenção à garotada. Todos passaram pelos 3 grupos de garotos que assistiam ao treino. Aliás isso foi um feito do Tonio, até porque ficou bem claro que ali não entra quem quer. E os jogadores foram, um por um, autografando e tirando fotos com os meninos. Outra coisa legal ali é o respeito aos jogadores do passado. Impressionante como as pessoas conhecem, gostam e fazem questão de estar junto, inclusive os jogadores que atuam.
Lá nos encontramos com o grande Julio Alberto, lateral esquerdo titularíssimo, que marcou esse golaço nas quartas da Champions contra a Juve na temporada 86/86 (http://www.youtube.com/watch?v=fdeQWhrum9I). Assim como todos ali, muito solícito, nos levou para um tour nas instalações ao fim do treino da equipe principal. E deste tour saiu a foto que ilustra o post. Tonio, Julio e eu. Sobre o Julio vale ainda ressaltar que, após ter sérios problemas com drogas ao fim de sua carreira, motivados por uma forte depressão, hoje ele é palestrante e participa de projetos que visam a “limpar” quem também sofre deste mal.
Independente do quanto se gosta ou se entende de futebol, um fenômeno muito bacana relacionado a ex-jogadores é que, por mais que haja toda uma parte teórica em tudo o que fizeram, a emoção é sempre muito forte em suas lembranças, e a sensações daqueles momentos acabam sendo muito mais intensas do que qualquer explicação que possam dar. O que eu quero dizer é que sempre que me encontrei e pude conversar com jogadores com estes, ou melhor, ex-jogadores, os olhos deles sempre foram muito mais sinceros do que suas palavras, e a atitude “boleira”, tão comum, já passou, como se caíssem na real depois que tudo aconteceu. Sem tirar os méritos de suas conquistas e, ao contrário, valorizando muito mais por saber que ninguém é tão imbatível quanto muitos pensam que são quando estão na ativa.
Amanhã é o grande dia. Hora de conhecer o Camp Nou em dia de jogo. Já estive lá algumas vezes e sempre minha atenção se dividiu entre sua beleza e a imponência de seu tamanho descomunal para nós brasileiros. São 98.000 pessoas confortavelmente acomodadas em cadeiras. Joder! Mas na verdade a sensação que eu tenho é aquela de quem é acostumado a ver os ursos no zoológico e em um determinado dia se depara com um solto à sua frente. Amanhã é dia de ver esta fera acordar!!!
sexta-feira, 26 de março de 2010
Barça, Barça...
Já há 2 dias vivendo à base de toda sorte de fast food, até porque não se encontra comida típica nos Países Baixos, tentei em vão achar um bom restaurante na área de embarque do aeroporto de Shiphol, que deve dar pelo menos 6 vezes o aeroporto de Cumbica inteiro. Claro que não havia, e o jeito foi comer o velho em bom sanduba de bacon com alguma coisa. Neste caso, ovo...rs
Voo atrasado por conta de um possível problema na turbina, que não se confirmou, e a sorte de ter a última mala a sair na esteira de desembarque em Barcelona (não estou sendo irônico, foi sorte mesmo, na vez passada a mala simplesmente não chegou), por volta de meia-noite cheguei ao hotel. Ah, vale o registro de que voei ao lado de uma russa que tentava a todo custo aprender espanhol no avião para falar na viagem de uma semana a terra de Cervantes. Não preciso falar o fiasco...
Bom, e foi depois de chegar tarde ao hotel e receber uma chamada do Milton,que estava hospedado em outro lugar e com quem ainda precisava me reunir, que bati o recorde brasileiro do Hard Rock Cafe, que consiste em almoçar no de Amsterdam e jantar no de Barcelona. Fato batido este ano apenas pelo prazer de ganhar a Superliga Futsal às 19h00 em Betim (MG) e dormir às 23h00 com meu amorzinho em São Paulo.
Já na sexta nos mudamos para o Hostel onde ficarão todos os garotos do soccer camp (sim, trouxemos 40 japinhas para Barça), e a minha surpresa foi muito boa ao ver que ele é melhor que muito hotel que eu fiquei nos últimos tempos. Bacana pra quem quer conhecer a Europa sem gastar muita grana (http://www.barcelonaurbany.com).
O almoço finalmente foi uma comida descente em um restaurante chinês indicado pelo responsável pelos intérpretes do grupo. Comida excepcional. Parecida da vovó chinesa, se é que existem vovós da china. E o principal é que a dona do restaurante garantiu que não havia carne de Chow Chow e nem de Maltês, ou seja, minha consciência está tranquila.
Bom, na parte prática o dia deu certo. Bastante trabalho e agora eu oficialmente tenho um celular europeu. A operadora é Carrefour!!! O inacreditável é que ele custou 19,00 euros, sendo que 10,00 vieram de crédito. Coloquei mais 20,00. Parece nada, né... mas o minuto para qualquer telefone da Espanha custa 0,08, o que me habilita a falar mais de 30 minutos por dia até ir embora daqui. Quase igual ao meu plano da TIM do Brasil.
No fim, o que eu mais achei interessante foi a impressão que tive hoje pela manhã ao ir para a rua. Eu adoro Amsterdam, acho lindo demais, até digo que parece a cidade da Barbie. Tudo perfeito demais. Já aqui em Barça eu respirei fundo pela manhã e vi uma cidade muito parecida com SP. Claro que aqui existe um montão de problemas, como em qualquer cidade grande do mundo, mas parece uma SP de alguns anos atrás. Aquela do Mappin, do sanduba de calabresa no centro. Aquela que eu ia com a minha avó ao centro e era divertido. Claro que tem muita diferença, mas com certeza tem muitas coisas legais que também há em SP e algumas que já não existem mais. Outras coisas ruins também estão aqui, e os perigos são muito parecidos, mas o ar é de prosperidade.
Hoje, aqui em Barcelona, pela primeira vez eu percebi uma coisa que muita gente diz. A cidade é muito parecida com aquela que eu adotei e que me adotou também há tantos anos. Não sei por que, mas isso nunca me havia ocorrido. E para quem conhece um pouco da história do que era Barcelona antes de 1992 e hoje vê em que ela se transformou, fica a esperança de que um dia possamos viver assim também nas grandes cidades do Brasil.
Para este sábado a programação é treino da garotada com um pessoal do Barça, visita à Sagrada Família, Camp Nou e jogo do Barcelona pela TV. Já no domingo teremos jogo do Espanyol no campo (meu primeiro jogo na Espanha). Semana que vem é a vez de ver o Messi em ação, ao vivo...
quinta-feira, 25 de março de 2010
E começam os trabalhos em Amsterdam
Depois da cerveja que eu fui obrigado a tomar no aeroporto, em SP, tudo ficou mais tranquilo, ainda mais com os vinhos do jantar no avião. E eu que tenho dificuldade de dormir em viagem ainda tive a sorte de pegar a poltrona do corredor e sem ninguém na do meio. Só um padre com cara de bonzinho no outro corredor.
Chegando em Amsterdam fiz a tradicional entrevista na imigração, desta vez mais rígida porque da vez passada eu tinha conexão e estava atrasado, aí pude passar pela “imigração expressa”, que al fin y al cabo, como dizem os espanhóis, só quer saber se você vai embora logo do país. Mas desta vez teve as perguntinhas do vestibular pra entrar.
Uma vez aqui, peguei um taxi e fui para o hotel. Desta vez fiquei no Hotel Rokin, que fica na rua de mesmo nome, uma das mais movimentadas da cidade e a poucos quarteirões do Red Light District (aquele onde as moças de pouca fé se mostram em janelas) e também da praça Rembrandt, onde há muitos Coffee Shops. Como eu pude imaginar, localização boa + preço justo = hotel sem muito conforto. Nada que comprometa, mas a trabalho é melhor ficar em hotéis melhores. De qualquer forma, no fim da noite valeu a pena.
Tive uma reunião importante, afinal de contas não estou passeando, e tudo aconteceu da melhor forma possível. Quando tudo estava resolvido tomei as primeiras garrafas de Heineken com os parceiros. De onde estava até o hotel poderia pegar um taxi, o Tram, ou caminhas uns 50 minutos. Fui na terceira opção porque o caminho é muito legal. Fiz uns pit stops, com direito a reidratação. Em um dos bares, onde já tinha parado mais cedo para um café, descobri que um barman é brasileiro, mas nem conversamos muito.
Quando cheguei ao hotel me dei conta de que estava há cerca de 12 horas, desde o avião, sem comer, o que automaticamente me deu aquela sensação de estômago colado nas costas. Neste exato momento estava no MSN com a Debs, que queria ir lá em casa ontem jogar Beatles no PS3. Nem sei se acabou indo....
Andei um pouco e acabei comendo um Whoper, no BK. Como a Holanda não tem pratos típicos você sempre acaba caindo em restaurantes de comida internacional, principalmente argentina, e neste caso fui no velho e bom sanduba. Depois voltei para a cervejinha. Algumas na praça Rembrandt, depois em um pub que eu descobri andando. Na verdade o que me chamou a atenção foi o som. Entrei e pedi o primeiro pint. De repente me dei conta de que só havia homens no lugar. Cheguei a pensar que fosse um bar gay, mas não era...rs
Ali fiquei por algumas horas. Bebi e conversei com a moça que atendia todo mundo muito bem no balcão, haja boa vontade pra conversar com um monte de bêbados. O interessante é que os bares têm um fumódromo, que é uma espécie de cabine onde o povo se tranca pra fumar. O cara que sentava ao meu lado ficava mais tempo lá dentro do que bebendo, e é claro que isso acabou com um belo vômito, por sorte no jornal que ele lia.
À 1am o pub fechou e dali, ainda cansado pela viagem, mas sem muito sono pelo fuso, fui ao Red Light pra ver o movimento. Na verdade, como eu já relatei nesse blog, é uma região muito mais turística do que de prostituição propriamente dita. Os bares estavam todos fechando, quando um, que já estava fechado, abriu para que eu entrasse. Não vou negar que fiquei meio receoso quando o Mike, um africano que vive em Ams há um tempão abriu pra mim. Pedi uma pint, que veio com uma porção generosa de amendoim. Conversamos bastante, e obviamente ele só queria saber de futebol do Brasil. Quando ia embora ele ainda me deu uma cerveja pequena “on the house”, e isso retardou minha saída por alguns minutos...rs
De lá para o hotel foram não mais que 5 minutos, compensados com uma boa noite de sono. Hoje viajo a Barcelona, onde fico até dia 6, quando volto para cá. Como não rolou o late check-out eu tive que sair do hotel e descolar um lugar para usar a net. Depois do almoço no Hard Rock, que lamentavelmente não tem wi fi, eu vim ao famoso Bulldog Coffee Shop onde a net é free.
Agora vou correndo buscar minhas coisas e ao aeroporto. A viagem só tá começando....
terça-feira, 23 de março de 2010
Primeira parada, Amsterdam!
Leva os cachorros para passear, se incomoda com o material da viagem que não chega, vai ate o centro trocar dinheiro, corre para o banco (e Deus abencoe o Prime!), busca a mae da Camila, vai ao Pari, faz a autorizacao pro Giovanni voltar para os EUA (sim, ele vem ao Brasil e eu vou do Brasil). Ai finalmente um momento tranquilo.
Almoco na padaria Nova Balnearia, antiga Luso Balneraria. E para minha surpresa ela nem de longe se parece com o chiqueiro que foi um dia. O dono eh o filho do Sr Manoel, sujeito saudoso que vendia bebida e cigarros para nossa turma quando estavamos no colegial. Antes e depois da aula...rs e o mais legal eh que o velho e bom Bigode segue comandando a chapa. Um pouco menos romantico, ja que agora não tem mais o famoso bigode, assim como a unha afiada do dedinho. Não vi, mas acho que tambem não mexe mais no pernil com as maos. Mas ainda eh o Bigode. Merecia ate uma cerveja. Falei com ele e ele fingiu que se lembrava de mim.
A vinda ao aeroporto ficou por conta do Samuel e da minha mae. Legal para descontrair. Eles estao naquela idade em que ja se para na vaga de idoso, mas não quando tem mais alguem junto.
No aeroporto tudo mais tranquilo que o normal. Fila nenhuma no check-in, os dois motoboys que tinham que me encontrar chegaram sem problemas, e quase ao mesmo tempo.
Agora, ja na sala de embarque, tenho uma hora ate embarcar. O aviao ainda não esta aqui, mas o pensamento eh positivo. Depois de algum stress acho que mereco iniciar os trabalhos. Provavelmente um vinho para dar sequencia no jantar da KLM, que nem eh tao ruim assim.
Se nenhuma surpresa acontecer nas proximas duas horas, eu so tenho que colocar no piloto automatico ate chegar a Amsterdam. Eh bom relaxar, porque la a correria promete....
Enviado do meu BlackBerry® da TIM
terça-feira, 9 de março de 2010
O irmão mais novo no País do Futebol
A emoção também acontece em pisos rápidos, coloridos, que mais se assemelham às pistas de dança dos clubes onde o ritmo frenético é ditado por batidas fortes e notas que nem sempre entendemos, mas que elevam o espírito a alturas extremas, inimagináveis. Pistas nas quais o suor é o primeiro dos prêmios que está por vir. Democrático, este chega para todos que se esforçam, todos que contribuem. Independe do resultado.
No “País do Futebol”, seu irmão mais novo também conhece os caminhos da emoção. Esperto, ligeiro, sedutor como só ele pode ser. Traz em si o frescor da juventude e a molecagem que no mais velho se via em tempos distantes, de linguagem formal e imagens em branco e preto. Suas traquinagens também atraem milhares de torcedores apaixonados, e embora sua pretensão não seja superar o primogênito em tamanho, ele insiste em ser o mais alegre.
Assim é o futsal. Despretensiosamente maroto, surpreendentemente apaixonante. Nele se constroem reinados, ídolos e lendas. Dele despontam grandes talentos, inúmeras vezes exportados para seu irmão maior, aquele mesmo, que em épocas escuras lembrou ao povo brasileiro que o talento e a força para ser o melhor está dentro de cada um de nós, ainda que tudo leve a crer no contrário. Mas nele também ficam grandes astros, que expõem sua arte a espectadores atônitos frente a tanta habilidade.
Dizem que um bom time começa com um bom goleiro, o que dizer então do time que tem o melhor entre os arqueiros? Como descrever aquele que tem reflexos de felino e flexibilidade acrobática, capaz de levantar uma torcida por evitar um gol, ou dois, ou três? O heróico anti-herói do esporte. E como descrevê-lo, então, se além das mãos, os pés também encontram o parceiro melhor posicionado, ou mesmo a meta adversária? Utópico? Não, Tiago. E ingrata é a tarefa de substituí-lo, ainda que com toda a competência de Marcinho e Bazílio.
Mas justiça seja feita, nem mesmo o melhor dos goleiros, sozinho, pode impedir a derrota. Ele precisa da proteção de seus fiéis escudeiros. Ele precisa de pequenos gigantes, como Leco, ou de batalhadores incansáveis, como Chico. Talvez um pequeno gladiador, de jeito simples, fala mansa e um motor que não pára nunca, como um Lucas. O melhor goleiro merece contar também com a maior experiência, merece um guerreiro que traga no sangue a nobreza enraizada da nossa terra, ele merece a proteção de um Índio.
Para chegar ao ataque, o caminho pode ser a elegância jovem chamada Dian, ou a força inteligente de Bruno Souza. Talvez por meio da timidez que se desfaz nos tiros potentes de Jonathan. Mas por que não a velocidade que leva o mesmo nome e número de um dos grandes gênios dos gramados, como o “7” Bebeto? Ou talvez Valdin, o “filho pródigo”, que parece que nunca foi embora. E claro que todos os caminhos levam ao gol quando se pode contar com um craque instintivo como Falcão.
Lá na frente ficam os demolidores de paredes, aqueles que tiram do adversário qualquer possibilidade de defesa. E a demolição pode vir de forma informal, rápida, provocativa como só Marcio sabe fazer. Ou pode ser sutil, elegante, em lances que muitas vezes desarmam até a torcida adversária, que se rende à genialidade única de Lenísio, o craque que também é mestre na simplicidade.
Assim é o irmão mais novo do futebol. Assim é o futsal. Nele brilham talentos tão grandes, que fazem a inevitável comparação entre os dois completamente sem sentido. Nele brilham jogadores apaixonados e apaixonantes, únicos. Nele brilham equipes que em suas camisas trazem a tradição conquistada ao longo de uma história só dele.
E a Malwee/Cimed Futsal, mais do que uma grande conquistadora de títulos, orgulha-se de dar sua contribuição, e com a quarta conquista da Superliga, escrever mais uma página desta história.
sexta-feira, 5 de março de 2010
A história construída por um sorriso
Esta é a teoria. Igualitária e bonita. Todos fazemos com que a história se construa incessantemente. Mas o que se quer mesmo é “fazer” história. O que cada um quer é ser ator principal de um conto atraente, cheio de vida. Todo mundo quer ser o melhor naquilo que faz e fazer aquilo que faz melhor. Um círculo virtuoso.
Para fazer história em todo o mundo, talvez seja necessário ser Napoleão, Churchill, Pelé. Conquistar o mundo, ou evitar que seja conquistado por forças inimigas. Também pode-se ganhar o mundo sem sair de casa. Logo ali no Maracanãzinho. Vencer uma batalha quase sangrenta. Dar uma gota de suor fundamental para a grande vitória. Sem esquecer que para que os grandes atores brilhem sob os refletores há uma equipe que trabalha muito além dos quarenta minutos finais, e muito além das quatro linhas.
Muita gente deposita seu tempo, sua dedicação e seu talento em uma conquista em que poucos aparecerão. Mas é assim que funciona, e é sabido que para um grande herói sempre há alguns grandes ajudantes, de mesma importância. São os heróis dos nossos heróis. Os anônimos tão importantes para que os campeões sejam campeões no fim das contas.
Mas a história não precisa ser gigantesca, pode ser apenas de uma cidade, uma comunidade, um pequeno grupo de pessoas que jamais esquecerão um momento. A história pode ser feita para meia dúzia de crianças que se aglomeram para tirar uma foto à frente de um ônibus que leva seus grandes ídolos. Ela pode acontecer em uma escola pública, onde pessoas simples dividem tarefas para servir um almoço a quem admiram. Talvez em eventos que se sucedem de forma irracional, quase insalubre, para que pessoas que jamais tiveram contato com o brilho de grandes astros, aqueles que são vistos por todas as partes do mundo, possam ter sua luz refletidas em olhos incrédulos.
Ainda que o propósito nem sempre seja coerente ou nobre. Ainda que as coisas aconteçam por motivos muito distantes do que parecem ser, nada disto importa. O que de fato importa é o que fica. O que realmente importa é a história que cada um escreve, e principalmente a forma como faz com que ela aconteça. A história não se faz com um simples autógrafo, mas com o sorriso e a atenção dispensada a quem admira outra pessoa a ponto que querer uma lembrança tão simples quanto um nome escrito em uma roupa ou um pedaço de papel. A história se faz com o sorriso no momento mais difícil, quando o acúmulo de cansaço ou a dor física impedem que qualquer felicidade se expresse espontaneamente, mais ainda assim, com a força que vem da consciência de sua importância, o sorriso sai.
É assim que se faz história, e estes são os grandes heróis, tanto os que sorriem quanto os que trabalham para que este sorriso aconteça, lembrando por fim, que a história, como as grandes conquistas, constroem-se em pequenas comunidades, fazendo com que pessoas comuns se sintam mais próximas de quem mais admiram.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
O Mundo logo ali...
O ano passado foi recheado de emoções. Muitas novidades, principalmente no que diz respeito ao trabalho. Algumas viagens eu relatei neste espaço, outras não, assim como coisas que eu pensava e hoje, lendo novamente, já não penso exatamente da mesma maneira. Mas assim é a vida. Dinâmica.
Esta semana acompanhei uma viagem da Malwee a uma pequena cidade de Santa Catarina chamada Vidal Ramos. Fica pra lá de Ituporanga. Isso mesmo, se você não conhece nem Ituporanga, imagina onde é Vidal Ramos!
Hoje sairemos à meia-noite com destino a Siqueira Campos, no Paraná. Depois será Londrina. Jogos de preparação para uma competição que acontece em outra cidade: Betim (MG). Esta de 3 a, no máximo, 7 de março, caso o time chegue à final da Superliga.
É um começo agitado, mas ainda assim bem tranquilo se comparado a anteriores. Depois será mais de um mês antes do início da Liga Futsal, que começa em meados de abril e vai até novembro. Antes disso devo fazer outra viagem, desta vez pela FutBiz. Esta um pouco mais distante e por volta de duas semanas. Tudo isto para lembrar que o ano só está começando. Já tem um montão de coisas previstas para a frente, sempre com algumas horas de voo rasteiro, senão não tem graça!
O bom é que de vez em quando dá pra passar lá em casa, em SP, de onde eu não tenho vontade de sair nem para ir até a piscina. Tem gente que não entende, e minha Senhora é uma, mas às vezes não há nada melhor que dar a volta ao mundo sem sair do sofá, apenas zapeando a televisão...