Nada como uma bronca da Debs pra motivar um post...rs
Então.... chegando ao restaurante vimos o Cruyff sentado à mesa com algumas pessoas. De longe fazia bem o estilo sou-coroa-bem-sucedido-vida-mansa-pra-caralho, o que logo me remeteu à fama que tem de turrão e grosseiro, que odeia dar entrevistas. Ele logo percebeu que éramos a equipe que ele estava esperando e veio ao nosso encontro. Logo de cara mudou minha ideia sendo bastante simpático ao nos cumprimentar e passou a fazer o estilo ta-bom-eu-sou-o-cara-mas-não-sou-tao chato-vamos acabar-logo-com-isso. Decidimos que faríamos em uma área muito legal que tem para fora do restaurante, mas sinceramente não acho que ficou legal porque tinha uma grade atrás, sem contar a placa de “silenci” (em catalão) que também apareceu, mas tudo bem, a minha parte não era essa mesmo.
Antes de começarmos o Milton chamou o Claudio para alguma coisa e eu fiquei sozinho com o cara. Era exatamente o que eu queria, já que achava importante sentir mais ou menos o que ele gosta e o que não gosta de falar. Então puxei assunto perguntando sobre a Johan Cruyff Foundation (http://www.cruyff.com/asp/eng/cruijfffoundation.asp?page=6), e acho que este assunto deu a liga para que eu pudesse falar com ele sobre coisas mais delicadas durante a entrevista. Ele me falou em off sobre esta fundação, que ajuda portadores de vários tipos de necessidades especiais a conseguirem uma vida mais digna por meio do esporte. Outro projeto é o Sport Management for Sports People, que ensina gestão esportiva a ex-atletas, uma vez que estes não têm condições de estudar durante sua carreira esportiva (http://www.cruyff.com/asp/eng/academics.asp?page=3). É realmente muito interessante, principalmente pela paixão que ele coloca em coisas que ele não tem a menor necessidade de fazer. Antes da entrevista também ficou muito claro que ele é objetivo, não no sentido de falar brevemente sobre as coisas, mas na forma de pensar. O raciocínio dele é tão simples e tão à frente que ele precisa explicar as coisas.
Bom, da pauta que o Japão me passou eu pouco usei. Sabia os assuntos que queriam que eu entrasse e eles foram fluindo normalmente. Outros, pela ingenuidade quase infantil, eu nem fiz. O cara tem tanto conteúdo, tanta coisa legal pra dizer que eu realmente acho irrelevante usar o tempo dele perguntando por que usava a camisa 14, apesar de realmente ser curioso. Falamos sobre o início de sua carreira no Ajax, na Seleção Holandesa, no Barça. Falamos sobre como e por que se originou a “Laranja Mecânica”, como ela funcionava, sobre o Rinus Michels, sobre seu primeiro treinador, sobre o fato de em 74 a Holanda ter maravilhado o mundo, sendo considerada até hoje a única grande revolução do futebol, e mesmo assim ter perdido a final para a Alemanha. Falamos sobre 78, quando ele não quis ir à Copa, quando se esperava que fosse coroado o craque do mundial mais uma vez. Foram tantos assuntos, e eles foram fluindo tão naturalmente que os 15 minutos se transformaram em uma hora, e ele nem coçou a cabeça ou demonstrou cansaço....rs
Fiquei realmente maravilhado por ter conhecido um cara que eu considero um gênio, não apenas por tudo o que fez em campo, mas por saber exatamente o que tinha que fazer. É exatamente o oposto do jogador brasileiro, que faz praticamente por instinto pela qualidade técnica que tem, mas é igualmente fascinante. Ao contrário do que eu esperava, no total foram quase duas horas de muita gentileza e cordialidade, mas principalmente de aprendizado, isto sem contar com umas quatro ou cinco frases que certamente entrariam para a sua longa lista de pérolas.
Quando ele nos deixou o tempo havia mudado e estava meio frio em Montanyà, mesmo assim ele foi jogar seu golfezinho, afinal de contas esporte é esporte e ninguém é de ferro...
Depois da entrevista tive algumas reuniões aqui em Barcelona sobre outros assuntos, e hoje só tenho compromisso até a hora do almoço. A tarde vai ser aproveitada para colocar em dia o trabalho do Brasil. Uma pena que não vai dar pra passear.
Mas de qualquer forma amanhã acordo cedo e na hora do almoço já devo estar em Amsterdam, onde vai começar mais um montão de coisas diferentes. Entrevista com o Davids, reuniões sobre alguns negócios e, quem sabe, assistir ao jogo entre Holanda e Inglaterra que vai acontecer no dia 12. Espero que sim...
Então.... chegando ao restaurante vimos o Cruyff sentado à mesa com algumas pessoas. De longe fazia bem o estilo sou-coroa-bem-sucedido-vida-mansa-pra-caralho, o que logo me remeteu à fama que tem de turrão e grosseiro, que odeia dar entrevistas. Ele logo percebeu que éramos a equipe que ele estava esperando e veio ao nosso encontro. Logo de cara mudou minha ideia sendo bastante simpático ao nos cumprimentar e passou a fazer o estilo ta-bom-eu-sou-o-cara-mas-não-sou-tao chato-vamos acabar-logo-com-isso. Decidimos que faríamos em uma área muito legal que tem para fora do restaurante, mas sinceramente não acho que ficou legal porque tinha uma grade atrás, sem contar a placa de “silenci” (em catalão) que também apareceu, mas tudo bem, a minha parte não era essa mesmo.
Antes de começarmos o Milton chamou o Claudio para alguma coisa e eu fiquei sozinho com o cara. Era exatamente o que eu queria, já que achava importante sentir mais ou menos o que ele gosta e o que não gosta de falar. Então puxei assunto perguntando sobre a Johan Cruyff Foundation (http://www.cruyff.com/asp/eng/cruijfffoundation.asp?page=6), e acho que este assunto deu a liga para que eu pudesse falar com ele sobre coisas mais delicadas durante a entrevista. Ele me falou em off sobre esta fundação, que ajuda portadores de vários tipos de necessidades especiais a conseguirem uma vida mais digna por meio do esporte. Outro projeto é o Sport Management for Sports People, que ensina gestão esportiva a ex-atletas, uma vez que estes não têm condições de estudar durante sua carreira esportiva (http://www.cruyff.com/asp/eng/academics.asp?page=3). É realmente muito interessante, principalmente pela paixão que ele coloca em coisas que ele não tem a menor necessidade de fazer. Antes da entrevista também ficou muito claro que ele é objetivo, não no sentido de falar brevemente sobre as coisas, mas na forma de pensar. O raciocínio dele é tão simples e tão à frente que ele precisa explicar as coisas.
Bom, da pauta que o Japão me passou eu pouco usei. Sabia os assuntos que queriam que eu entrasse e eles foram fluindo normalmente. Outros, pela ingenuidade quase infantil, eu nem fiz. O cara tem tanto conteúdo, tanta coisa legal pra dizer que eu realmente acho irrelevante usar o tempo dele perguntando por que usava a camisa 14, apesar de realmente ser curioso. Falamos sobre o início de sua carreira no Ajax, na Seleção Holandesa, no Barça. Falamos sobre como e por que se originou a “Laranja Mecânica”, como ela funcionava, sobre o Rinus Michels, sobre seu primeiro treinador, sobre o fato de em 74 a Holanda ter maravilhado o mundo, sendo considerada até hoje a única grande revolução do futebol, e mesmo assim ter perdido a final para a Alemanha. Falamos sobre 78, quando ele não quis ir à Copa, quando se esperava que fosse coroado o craque do mundial mais uma vez. Foram tantos assuntos, e eles foram fluindo tão naturalmente que os 15 minutos se transformaram em uma hora, e ele nem coçou a cabeça ou demonstrou cansaço....rs
Fiquei realmente maravilhado por ter conhecido um cara que eu considero um gênio, não apenas por tudo o que fez em campo, mas por saber exatamente o que tinha que fazer. É exatamente o oposto do jogador brasileiro, que faz praticamente por instinto pela qualidade técnica que tem, mas é igualmente fascinante. Ao contrário do que eu esperava, no total foram quase duas horas de muita gentileza e cordialidade, mas principalmente de aprendizado, isto sem contar com umas quatro ou cinco frases que certamente entrariam para a sua longa lista de pérolas.
Quando ele nos deixou o tempo havia mudado e estava meio frio em Montanyà, mesmo assim ele foi jogar seu golfezinho, afinal de contas esporte é esporte e ninguém é de ferro...
Depois da entrevista tive algumas reuniões aqui em Barcelona sobre outros assuntos, e hoje só tenho compromisso até a hora do almoço. A tarde vai ser aproveitada para colocar em dia o trabalho do Brasil. Uma pena que não vai dar pra passear.
Mas de qualquer forma amanhã acordo cedo e na hora do almoço já devo estar em Amsterdam, onde vai começar mais um montão de coisas diferentes. Entrevista com o Davids, reuniões sobre alguns negócios e, quem sabe, assistir ao jogo entre Holanda e Inglaterra que vai acontecer no dia 12. Espero que sim...
Bor, vc ainda vira entrevistador do sportv ou da espn! quero um presente de amsterdam! seja criativo! hehehehehe..
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